domingo, 24 de abril de 2011

A história dos samurais

A história dos samurais



Foto cortesia de Japanese-Armor.com
Reprodução da armadura de Takeda Shingen
Ninguém sabe com certeza quem foi o primeiro samurai. Historiadores contam que nos séculos V, VI e VII d.C., havia rivalidades entre príncipes e clãs, bem como guerras de sucessão quando um imperador morria. Todavia, a maioria das lutas ocorria contra os nativos das ilhas do Japão, aos quais o Japão Imperial se referia como emishi, ou bárbaros.
Alguns imperadores perceberam que os emishi eram bons lutadores e os recrutaram para lutar em batalhas contra outros clãs ou ordens religiosas rebeldes. Algumas das táticas militares e tradições dos emishi foram incorporadas pelos soldados japoneses e, mais tarde, usadas pelos samurais.
O status do samurai como uma classe de elite vem da proliferação das famílias poderosas que viviam longe da capital, transferindo suas terras e seu prestígio de uma geração para outra por centenas de anos. Os membros dessas famílias de guerreiros ou clãs alcançaram o status de nobreza.
Tradições militares bárbaras se combinaram com o status de elite e o código do guerreiro kyuba no michi para formar o molde do antigo samurai. De acordo com algumas fontes, a palavra samurai apareceu pela primeira vez no século XII. Por um longo tempo, os samurais constituíam a principal força militar usada contra os emishi e outros clãs.
Em 1100, dois poderosos clãs serviam ao Imperador do Japão: o clã Taira e o clã Minamoto. Estas duas famílias se tornaram rivais e, em 1192, Minamoto Yoritomo liderou seu clã à vitória sobre o clã Taira. O imperador, chefe tradicional do governo japonês, declarou Minamoto Yoritomo como xogum, o chefe militar. Mas Yoritomo usou seu novo cargo para tirar do imperador todo o poder político, tornar permanente sua posição de xogum, e montar uma ditadura militar conhecida como bakufu. Assim, os samurais passaram de servos dos daimyos proprietários de terras a regentes do Japão, sob o xogum.
Depois que Yoritomo morreu, sua esposa, Masa-ko, procurou manter o xogunato. Embora não fosse completo, os Hojos, sua família, mantiveram o controle do Japão por mais de 100 anos.
O clã Ashikaga arrancou o controle dos Hojos em 1338. Os Ashikagas falharam ao tentar impor uma autoridade central forte no Japão e os clãs entraram em decadência devido às lutas constantes. Durante esse período, o daimyo construiu castelos impressionantes, com muros, portões e fossos que os tornavam inexpugnáveis.
Este sengoku, ou período de guerra civil, durou até que Tokugawa Ieyaso tomou controle do Japão em 1603. Tokugawa aplicou uma rígida política isolacionista e manteve o controle sobre os daimyos ao forçar suas famílias a viverem na capital, enquanto o próprio daimyo vivia na sua propriedade. Cada daimyo era obrigado a visitar a capital pelo menos uma vez ao ano (daimyos que caíam em desaprovação recebiam propriedades longe da capital, tornando a viagem mais cara e demorada). Isso garantia o controle sobre os daimyos porque suas famílias eram mantidas basicamente como reféns, e as caras viagens anuais os impediam de conseguir demasiado poder econômico.
Tokugawa também proibiu o porte de espadas, exceto pelos samurais. Todas as espadas possuídas por aqueles que não eram samurais eram confiscadas e derretidas para fazer estátuas. Isso marcou os samurais como uma classe muito distinta, acima dos cidadãos comuns.
Durante a paz forçada de Tokugawa, os samurais raramente entravam em combate. Foi durante esse período que os samurais assumiram outras funções, acompanhando seus senhores na ida e na volta da capital, trabalhando como burocratas no bakufu e cobrando tributos em arroz dos vassalos do daimyo

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